Escassez e criatividade


Segunda à noite, assistindo Perdido em Marte na televisão, me dei conta de algumas coisas relacionadas a escassez. Vamos por partes: o filme Perdido em Marte conta a história de um astronauta deixado a sua sorte por sua equipe em Marte. Na estação em que eles estavam “acampados” para a pesquisa ele dispõe de coisas limitadas que ficaram pra trás, incluindo comida, medicamentos, água, etc. O filme narra a trajetória dele para sobreviver, fazer contato e ser resgatado antes que ele morra. Escassez, na linguagem da Economia, nos remete a algo que é finito, que não está disponível, que é insuficiente e/ou limitado. Não necessariamente algo raro, mas que naquele contexto, não está ofertado livremente. Então, seguindo nesse raciocínio, o astronauta do filme tinha que lidar com a escassez dos bens disponíveis, racionando seu uso a fim de que eles durassem bastante, visto que ele não sabia quanto tempo levaria para o resgate. O que, por sua vez, me fez pensar na minha situação... Com o desligamento da empresa, alojei minhas coisas em dois lugares distintos do que eu resido atualmente. Guardei muitas coisas na casa do meu pai, no Recanto Maestro, outras ficaram na casa de uma amiga em Espumoso, e o resto tenho comigo na casa da minha mãe. Porém eu tive que racionar o que ficaria aqui, pois não disponho de muito espaço, logo, experimentei a escassez dos meus próprios bens. Não digo isso de forma ruim, mas de uma forma que me fez refletir. Eu disponho de uma quantidade limitada de roupas, de livros e de recursos – por exemplo, quando quis meu material de cartas, lembrei que todo ele está em uma caixa na casa da minha amiga. Notei que faz 02 meses que eu uso o mesmo brinco, e de uma forma que é totalmente nova para mim, nada disso tem sido ruim. Tem sido apenas diferente. O fato é que eu me adaptei a essa nova vida, eu criei um novo quotidiano, sem viagens, sem estradas, sem uniforme, sem cápsulas de café, sem ver alguns amigos, e talvez para alguns o que pareça totalmente supérfluo, era minha vida antiga. Talvez alguns insights aconteçam justamente na escassez de algo, o que nos obriga a repensar as coisas sob outro prisma, evocando nossa criatividade a criar novas circunstâncias. Talvez isso seja um bom presságio para um início de ano, sinal de que mesmo que eu precise me adaptar à escassez de algo, eu terei criatividade para observar isto e transformar em algo positivo na minha vida. Afinal, na nova rotina um bem muito precioso no calor de Santa Maria é o ar condicionado, coisa que na minha nova vida existe de forma abundante – que é a palavra que significa o contrário de escasso. Ou seja, as vezes quando algo é escasso, outra coisa pode ser abundante. Basta a gente reaprender a olhar as circunstâncias de uma forma mais positiva. 




E você, quais são suas lições de 2018, já aprendeu alguma?! Já olhou pra sua vida de forma mais criativa e positiva?! Espero que sim!


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