Capricho


Eu sou conhecida por ser uma grande chata. Minha família “reconhece” que sou uma pessoa bem difícil de agradar, porque sou extremamente exigente. Em minha defesa, argumento que sou filha de uma vendedora muito boa de papo, e de um produtor caprichoso, logo, eu treinei desde cedo esses atributos. Não fui sempre exemplar, longe disso, mas desenvolvi essas habilidades com a vida, e, modéstia à parte, sei atender um cliente muito bem. Trabalhei com atendimento ao cliente por muitos anos, não se trata de simplesmente vender um produto, mas de oferecer uma solução. Se me proponho a fazer algo, eu me esforço para que seja bem feito, para que seja feito com capricho. Para mim, não existe serviço ruim dentro do meu trabalho. Você precisa encantar o cliente, e para isso, vale se esforçar nos assuntos que possam interessar a pessoa, vale servir um bom café, oferecer um brinde diferente. Nem falo de conhecer seu produto, isso é mais do que elementar, conhecer seu produto, sua empresa, sua marca, todas as características, são elementares. Isso é o mínimo do mínimo. Mas o que você entrega a mais? Capricho, esmero, graciosidade, gentileza, carisma. Valores em desuso, ouso dizer. Cada vez que entro em alguns estabelecimentos tenho vontade de dizer “você está fazendo um favor ou está recebendo para isso? ”. Se a pessoa estiver fazendo um favor, até entendo escolher não ser cordial. Mas está sendo paga para isso, o mínimo que espero é boa vontade. Você levanta todos os dias da cama com essa má vontade para passar oito horas (ou mais) fazendo isso?! Muda de vida! Ou muda a forma de encarar essa vida! Um grande sábio disse que para ser um bom líder, é preciso saber servir. As pessoas acham que ser líder é ser um empresário poderoso, mas ouso dizer que já vi pessoas líderes em seus setores, líderes em suas atividades, simplesmente por fazerem muito bem feito seu papel. São exemplos a serem seguidos, não por fazerem algo extraordinário, mas por fazerem muito bem feito a sua atividade, desempenharem o básico com um “quê” a mais. Eu sempre tentei entregar algo a mais: aos clientes, aos colegas de trabalho, às pessoas ao meu redor. Eu não meço esforços, mas em contrapartida eu espero o mesmo em retribuição. Você acha que na hora de comprar algo eu vou lembrar de quem me atendeu com má vontade, ou vou lembrar daquela pessoa que me ajudou a carregar as coisas até o carro na chuva?! Vou lembrar daquela loja que a atendente nem me olhou nos olhos, ou daquela loja que me trataram pelo nome e sorriram ao se despedir?! Vejo que muitas vezes as pessoas não levantam da cadeira para apertar a mão da pessoa, não olham nos olhos. Eu fico abismada! Se eu tenho opção, não retorno mais naquele lugar. Eu sou repetitiva nesse assunto, quem me acompanha nas redes sociais sabe disso. Mas eu me pergunto: como será que podemos influenciar positivamente as pessoas e melhorar os serviços?! Eu gostaria de ser melhor atendida, mas me questiono se sou uma boa cliente. Acredite, um pouco de capricho pode melhorar as coisas para todos os envolvidos. Pessoas satisfeitas falam bem de você sempre que possível, e pessoas insatisfeitas falam até para quem não conhecem. Eu vou me esforçar sempre e cada vez mais, para saber servir com capricho naquilo que faço. E você, já decidiu se vai ser só mais um ou se vai ser o número 1 na sua atividade?!



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