Nonô no cinema


A ausência da estrada vai nos levar por temas leves esta semana.... Um tema divertido, eu diria, mas não menos profundo. Quer dizer, pode ser leve e também profundo, depende da sua escolha, somente. Quem aí gosta de assistir filmes?! Seja no cinema ou em casa, acho que todo mundo, em algum momento parou para assistir alguma coisinha, não é mesmo?! E que tal unir diversão com conhecimento?! Será que dá?! Vamos pensar em alguns conceitos, primeiro.
Uma imagem sempre provoca um efeito no ser humano, evoca uma emoção, que pode por sua vez compor um sentimento maior, e por consequência desencadear uma (re)ação. Então, melhor que essas imagens despertem emoções positivas, certo?! 
Imagens em movimento, ou imagens projetadas constituem um filme.... Ou seja, uma sequência de imagens que contam uma história. Através de Jung, Hillman, Samuels, entre outros, a psicologia evidencia que imagens, sejam elas individuais ou coletivas, possuem efeitos em nós. Um filme, como representação viva de uma situação real, nos leva observar aspectos relevantes, proporcionando reflexões acerca de temas sem que seja preciso vivenciarmos aquele tema. Por exemplo, quando assistimos um filme sobre a devastação causada por um desastre natural, não precisamos vivenciar aquele desastre se compreendermos as “lições” inseridas no filme. 
Eu poderia explorar também as teorias sobre Halbwachs e Pollack sobre memória individual e coletiva, mas fica para outra vez. Talvez um jornalista faça correções sobre aspectos técnicos de um filme e uma psicóloga faça correções acerca de observações mais profundas, mas estou tentando colocar em termos simples a importância de olhar um filme e obter dele um conhecimento que não possuímos.
Sempre irão existir análises distintas sobre um mesmo filme, porque existe o filme em si (aquele que o diretor/roteirista/criador/etc fez), e aquele que nós assistimos (com a nossa vivência, portanto, nossa forma de ver/sentir). Acontece, muitas vezes, de o filme confrontar nossa realidade, despertando em quem o assiste uma consciência nova acerca de um tema. É sobre isso que vamos comentar aqui, filmes com significados além do que se vê. 
Normalmente eu prefiro a história contada pelo livro (vocês sabem que eu AMO ler). Porém, os filmes nos ajudam com situações que muitas vezes não ficam claras na leitura, ou ajudam a compor melhor os personagens. Os filmes são ricos em efeitos, figurino, fotografia, nos auxiliando a compor imagens mais claras acerca das coisas. Confesso que alguns personagens dos livros ficam muito melhores depois de assistir o filme!
Eu escolhi 04 filmes que me ajudaram bastante, primeiro porque foram analisados por pessoas mais experientes que eu em aulas/seminários/palestras; segundo, porque os assisti novamente depois e consegui extrair lições valiosas para minha vida. Listei ele em ordem cronológica de lançamento.


Lendas da Vida
(2000) – baseado no livro de Steven Pressfield, o filme conta a história de um veterano de guerra, Junuh, que vive isolado, e é convocado a jogar golfe representando sua cidade, coisa em que ele era muito bom antes da guerra; porém sem confiar no próprio talento, o rapaz passa a contar com o auxílio de um sujeito misterioso, o auxiliar Bagger Vance, que utiliza o jogo como verdadeira metáfora da vida. Um filme sobre acreditar em si e encontrar sua própria alma, muito bonito!
"Dentro de cada um de nós existe um verdadeiro e autêntico swing..."



Seabiscuit - Alma de Herói (2003) – um filme sobre enxergar além das aparências, totalmente. Pessoas emocionalmente feridas que se encontram, e trabalhando juntas dão o seu melhor. Um empresário compra um cavalo, e decide torná-lo campeão, contratando um treinador e um jóquei. A contratação do treinador é uma aula sobre entrevista de emprego; depois, quando, ao olhar para o cavalo gordo e enxergar no animal "alma de herói", e para o menino brigão e ver um jóquei promissor, são coisas de quem enxerga além das aparências. É baseado em uma história verídica, baseado no livro de  Laura Hillenbrand (2001). 
"Você não joga fora uma vida toda só porquê está um pouco avariada."


O Diabo Veste Prada (2006) - uma adaptação cinematográfica do bestseller literário de 2003 de Lauren Weisberger. Não, não é pelas roupas ou pela excelente trilha sonora! Não, não é um filme só para mulheres! O que vemos aqui é exatamente o que falamos nos posts sobre trabalho: preparação, (falta de) experiência, disciplina, determinação, resiliência. Andrea Sachs procurando emprego, vai trabalhar na revista de moda mais famosa do mundo! E fica o tempo todo se vitimizando porque a chefe é exigente, sem enxergar as oportunidades de desenvolver seu potencial. Quando ela decide ser uma boa profissional e busca os meios para isso, ela se confronta com seus próprios valores. São muitas passagens ricas nesse filme, que vale a pena ser assistido sob a ótica de ser um bom profissional. “O quanto você se esforça verdadeiramente para estar em um lugar onde muitas pessoas gostariam de estar?”, diz Nigel. 
"Me avise quando sua vida pessoal se desfizer, é hora de ser promovida." (tradução não literal)


Educação (2009) – Na primeira vez que assisti a esse filme me emocionei bastante. Ele pode passar desapercebido por parecer uma história simples e romântica, mas é muito profundo, ao demonstrar que as linhas entre certo e errado são tênues. Não existe outra forma de conhecer a vida a não ser se expondo a ela, com erros ou acertos, e com a consequência das escolhas. É um processo natural da vida, que se passa no filme que conta a história da jovem Jenny, excelente aluna, que é seduzida por uma vida de arte, luxos e novidades. Nesse filme percebemos que todos são seduzidos por promessas, mesmo os "adultos responsáveis". Pertencer a uma realidade que ninguém mais do seu meio pertencia, e depois arcar com as consequências de suas escolhas. O valor da educação e conhecimento!
"Você soa muito velha e sábia."
"Me sinto velha, mas não muito sábia."

Então, já assistiram esses filmes?! Discordam?! Concordam?! Tem mais filmes ricos para indicar?! Comenta aí!


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