Rede de apoio



Todo mundo já pensou seriamente em desistir. Em ignorar o despertador e não levantar da cama, matar trabalho, não atender o telefone, ignorar o dia que começa. Mas essas são desistências comuns de todos os seres tomados pela preguiça ou cansaço. Eu falo de uma desistência maior, que talvez nem todos conheçam, então, me permita reformular... 
Nem todo mundo já pensou em desistir, mas eu já, e seriamente. 
Peguei minha vida e resetei: tirando meu nome, eu mudei todo o resto. Mudei o cabelo, os cosméticos, a alimentação, a medicação, a casa, as roupas, os amigos, os hábitos, as posturas, as leituras, até a religião. Fiquei um dia sem banho, três dias sem lavar o cabelo (não me orgulho, mas eu precisava testar todas as hipóteses). Num esforço consciente para melhorar e descobrir onde estavam as falhas, eu revirei toda a minha vida, literalmente. E não encontrei uma falha apenas, encontrei várias, e fui tentando consertar. Chegou ao ponto de também não conseguir mais nem chorar. Eu pensei até em me matar, mas eu me levo a sério demais para isso, e eu não tenho direito de causar (mais) estrago na vida das pessoas que me cercam e tentam diariamente me ajudar.
Eu me levo tão a sério que eu continuo acordando sem despertador antes das 6h, porque meu relógio biológico se adaptou ao horário da natureza, não importa aonde eu esteja, e mesmo que eu durma novamente, eu acordo antes das 6h. Eu me permito momentos de ócio criativo, mas jamais me dou ao luxo de terminar um dia que seja sem produzir algo, nem que seja uma alimentação decente para mim mesma, nem que seja arrumar um armário, nem que seja ler uma página de um livro. 
Eu me levo tão a sério que eu continuo fazendo planos para minha vida em meio ao caos, eu continuo agradecendo o pôr do sol, eu continuo trabalhando pelo bem, eu continuo me cuidando e comemorando pequenas vitórias. Eu me levo tão a sério que eu continuo lendo e estudando como se dependesse disso para respirar (às vezes eu acredito que dependo). Eu me levo tão a sério que eu continuo me cadastrando e enviando meu currículo e aceitando ajuda das pessoas, de todas elas.
Aliás, é preciso falar sobre a rede de apoio: as pessoas que não desistem da gente, nem quando a gente desiste da gente. Eu seria injusta se citasse nomes, mas minha rede é fod*. Pessoas que mesmo longe não me deixam desistir, que mandam mensagens, orações, energias positivas, fotos engraçadas, áudios, etc... Amigos que abrem suas empresas para me ajudar, suas casas para me abrigar, seus corações para me entender, mesmo quando não me compreendem. Cada um ajuda como pode, e eu reconheço, que sem esses apoios seria muito mais difícil. Quando eu voltar a uma vida normal, estarei devendo uma vela para cada santo, e terei trabalhado com os negócios mais diversos, com os assuntos mais distintos. E continuarei tendo amigos para a vida!

Se você não tiver uma rede de apoio, pode falar comigo, eu vou tentar te ajudar! 
Mas eu tenho algumas sugestões: procure ajuda profissional, psicóloga (o) e psiquiatra! Se você estiver sem grana, e se na sua cidade tem faculdade de psicologia, as acadêmicas realizam estágio orientado e fazem atendimento, você passa por uma triagem, e é gratuito. 
Se isso for difícil, ligue para o CVV da sua cidade (em Santa Maria o número é 188)
Se você conseguir, procure um centro espírita, peça atendimento fraterno, ou uma igreja e peça ajuda. Esses lugares sempre têm pessoas prontas a te orientar. 
Mas não desiste. Amanhã é um novo dia. Vai ficar tudo bem!



Comentários

  1. Adorei ler este post!
    Está é a Noelle de sempre!
    Avante!
    A vida é bela!
    No final tudo vai dar certo.
    Te amo!♥️

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  2. Amanhã é outro dia e a providência se erguerá antes do sol!🙏🙏

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