Sucessão Rural no Agro

Mas, afinal.... Quem sou eu pra falar com tanto entusiasmo de sucessão rural?!
Eu nasci em uma família de produtores de arroz, e aprendi desde cedo de onde vinha meu sustento. Aprendi a admirar o campo e as coisas que vinham dele ao longo da minha vida.
Mas como já contei aqui no blog sobre o início da minha trajetória, minha família tem uma forma diferente de tocar seus negócios, cada um com suas coisas. Eu fui então, estudar e aprender para compreender o que significa essa tal de sucessão. Porque falar disso é importante?! E porque isso tem a ver comigo?!
Sucessão não é um problema somente no meio rural, é um problema recorrente em empresas e negócios de todos os segmentos, ter alguém de confiança que possa tocar o negócio no lugar do dono caso ele precise se ausentar ou afastar (ou venha a faltar), e de preferência que vai manter os valores e essência, o core business em ação. Porém, a palavra sucessão assusta porque pressupõe que a pessoa vai sair de cena totalmente para outra assumir. E não é esse o objetivo. Sucessão, nos estudos atuais, pode ser traduzido como co-gestão, ou gestão compartilhada: a pessoa que criou a empresa e aquela pessoa que vai um dia assumir seu lugar como gestor convivendo em harmonia, trocando experiências e não deixando o conflito de gerações se sobrepor ao propósito de levar adiante aquele negócio. Interesses pessoais ou individuais também não podem se sobrepor ao interesse de ver prosperar o negócio. Escrevendo aqui parece fácil, né?! Mas não é. Na realidade, no dia a dia, com tantas negociações e dinheiro envolvido, com a vida de tantas pessoas envolvidas num empreendimento, é preciso paciência. Muita paciência! E bons conciliadores: uma mãe, uma avó, um tio, uma secretária, alguém que consiga apaziguar os ânimos e trazer todos de volta à serenidade da conversa franca. De novo. Não é fácil. 
Muitas empresas de consultoria recrutam mais do que economistas e advogados, mas bons psicólogos para trabalhar a sucessão. Por isso eu continuo acreditando que é o conhecimento que vai pavimentar o caminho da sucessão, não apenas da minha família mas em todas que eu conheço. Conhecimento de si mesmo, das relações pessoais, de recursos humanos em geral, conhecimento técnico, conhecimento de mercado, conhecimento... Não importa qual o seu segmento empresarial, busque o conhecimento, coloque em prática aquilo que sabe, e não desista!

Foi sobre tudo isso que eu falei contando um pouco da minha trajetória para 40 jovens na aula de abertura da segunda turma do Curso de Sucessão Rural da COASA, em Água Santa. Contei a eles como transformei o "não" do meu pai em resiliência para compreender o assunto. Estudei, busquei as melhores referências no assunto, e me tornei uma profissional que agrega conhecimento, habilidade e atitude! Mas isso já é assunto para outra conversa, né?!

Comecei contando quem eu era...

... Porque eu estava ali...
... E porque esse assunto me empolga tanto!

Realmente desejo que essa turma siga em frente, agregando conhecimento, lapidando suas próprias limitações e transformando elas em alicerces para construir um legado em família!
E você, o que acha de sucessão e gestão compartilhada?! Compartilha conosco!


RESUMO DA SEMANA:
Santa Maria a Água Santa - 342 km
Água Santa a Porto Alegre - 310 km
Porto Alegre a Santa Maria - 300 km


Comentários

  1. Gratidão Noele por compartilhar conosco a sua vivência. E aos jovens por se desafiarem nessa construção da co-gestão.

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