Propósito

Uma das palavras que mais escuto atualmente é propósito. Encontre seu propósito, descubra seu propósito, e você será feliz para sempre. Ousado, não?!

Acredito muito nessa palavra, bem como suas variáveis, que podem ser também expressões, "ikigai", inteligência espiritual (QS), raison d'etre, sopro de vida, centelha da alma, em si do homem, propósito de vida. Todas querem dizer a mesma coisa: aquilo que nos dá direcionamento, aquilo que alimenta nossa alma, que nos (auto)motiva. Você vai me dizer que ninguém vive motivado o tempo todo, mesmo que compreenda o conceito e pratique ele em sua vida. Mesmo os que meditam todos os dias concordam nisso. Mas digamos que fica mais fácil encarar os desafios quando entendemos o porquê desses desafios. Ou, como diria Mark Twain "aquele que tem um porquê, enfrenta qualquer como".

Prem Baba escreveu o livro Propósito, que tenho visto nas mãos de todos ao meu redor, que li no início desse ano numa fase nebulosa, portanto creio que não extrai o devido valor. Essa semana ouvi em uma palestra sobre Danah Zohar e seus estudos e definições sobre a inteligência espiritual, que mais alguns autores estudam e planificam. E eu gosto um bocado do conceito de IKIGAI: o ponto comum entre paixão, missão, vocação e profissão.

Acontece que nem sempre encontramos propósito naquilo que fazemos todos os dias. Os meus contemporâneos são atormentados por questões que normalmente conflitam, e variam entre fazer o que se ama e correr riscos, ou trabalhar na zona de conforto com algo que pague as contas. Estou sendo simplista, mas se resumirmos a questão, é isso. Nem todos conseguem viver das suas paixões, daquilo que amam fazer, que fazem sem cansar. Eu já contei aqui no blog que tentei viver um tempo fazendo comida saudável, mas isso não pagava as contas; também tentei trabalhar com minha família e não nos acertamos, o que me gerou imensa tristeza. Eu deveria me conformar, então?! Desistir do que que acredito que seja meu propósito?! Não, de jeito nenhum. Fui mais fundo estudar e compreender o que tudo isso significa: o que eu sinto, o que eu sei fazer, o que eu gosto de fazer, o que eu sou pagar para fazer, e como tudo isso se conecta com o que eu sinto ser meu propósito. "Ah, mas hoje você vive na cidade grande, como pode amar tanto a terra, como fala em lavoura o tempo todo?". É, tem dias que a selva de pedra me deixa tonta. Mas eu busco todos os dias, a cada momento, fazer conexões ente o que eu faço aqui e aquilo lá que eu adoro. Penso que todos os desafios encarados aqui estão me preparando, me tornando melhor para quando eu puder exercer aquilo que acredito e amo. E jamais me deixo desmotivar completamente quando passo dias em um escritório e em um computador. São habilidades exigidas pelo mercado de trabalho e que eu preciso desenvolver. E se meu propósito precisar de todas essas etapas para se manifestar completamente?! Preciso arriscar, pagar para ver! Nisso eu virei uma workaholic que encontra sentido em trabalhar, seja com o que for. Não existe trabalho ruim, no meu ponto de vista, e quem já me viu trabalhando sabe: eu ajo com a mesma naturalidade palestrando, servindo café, avaliando lavoura.

Se antes era exigido dos profissionais Inteligência Emocional, hoje também é preciso desenvolver Inteligência Espiritual. A Inteligência Emocional tem a ver com compreender as emoções e as reações que elas desencadeiam, em si mesmo e nas pessoas, e lidar com elas da melhor forma. Inteligência Espiritual tem a ver com se questionar se queremos estar naquela situação, tem a ver com alma. A autora ainda traz características que as pessoas que possuem Inteligência Espiritual possuem:

1. Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo.

2. São levadas por valores. São idealistas.

3. Têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade.

4. São holísticas.

5. Celebram a diversidade.

6. Têm independência.

7. Perguntam sempre "por quê?"

8. Têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo.

9. Têm espontaneidade.

10 .Têm compaixão.

E agora, como iremos lidar com isso?! Você está preparado para ser esse profissional, ou você já é?! Como vamos conectar trabalho que paga as contas com motivação e propósito?! Comenta aí, conta pra mim o que você pensa, e sente, sobre isso tudo!